Alguns produtos minerais ou agrícolas, cuja necessidade se dá pela maioria dos países, possuem uma dinâmica peculiar de comercialização. Em função da lei da oferta e da procura, maiores demandas desses produtos tendem a elevar seus preços, assim como períodos de sobreprodução tendem a reduzi-los. São grandes exemplos desses mercados a comercialização de petróleo, de minério de ferro, de soja, milho, trigo etc.
A evolução dos mercados internacionais concentrou a cotação desses produtos em grandes bolsas de mercadorias internacionais (a principal bolsa de produtos agrícolas, por exemplo, é a de Chicago, nos EUA), onde a negociação geralmente se dá pelo fechamento de grandes contratos futuros de compra e venda. Assim, a formação de preços tende a se dar a partir das expectativas dos maiores agentes econômicos pela oferta e demanda futuras desses itens. Um passo seguinte é a chamada “financeirização” dos mesmos, na qual o volume de contratos negociados muitas vezes supera a própria produção física dessas commodities, na medida em que parte dos agentes do mercado compram e vendem os contratos, sem sequer possuírem o produto fisicamente ou necessitarem do mesmo, apenas como forma de investimento, especulação ou “seguro” para seus ativos, o chamado hedge.
Essa dinâmica pode impactar fortemente a realidade econômica dos países, sobretudo daqueles que possuem grande dependência de sua exportação como forma de gerar receita externa. Assim, o mercado cambial desses países também é muito afetado pela realidade do mercado de commodities. Grandes exportadores, em períodos de preços elevados, recebem grande influxo de moeda estrangeira (geralmente dólar) o que valoriza sua moeda local, podendo trazer impactos relevantes sobre o nível de industrialização dessas nações, assim como sobre sua dinâmica inflacionária. Isso mostra como todas as variáveis econômicas se interligam.
*Com informações do Cofecon
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