Foram 2 dias de evento com 40 palestrantes renomados nacionalmente e internacionalmente
Aconteceu nos dias 8 e 9 de setembro de 2022, o Congresso Paulista de Economia, evento realizado de forma online, que contou com a participação de mais de 1.100 inscritos, entre estudantes de Economia, Economistas e profissionais que atuam em áreas ligadas à Economia.
O número de participantes foi um marco na história dos eventos do Corecon-SP.
Mais de 40 especialistas refletiram sobre mudanças geradas pela pandemia da Covid-19 nos cenários econômico, político e social, número de palestrantes que também fez do evento um grande sucesso.
O tema central do Congresso foi “A Economia Paulista Pós-Pandemia”, que contemplou os grandes Setores Econômicos, como Agro, Indústria, Serviços e Comércio, Mercado Financeiro e Social.
Abertura do Congresso
Antes de iniciar os debates, foram chamados para dar boas-vindas ao público, PEDRO AFONSO GOMES, presidente do Corecon-SP; WALDIR PEREIRA GOMES, conselheiro do Cofecon, Presidente do Sindecon-SP e representante neste evento do presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Correa Lacerda, e GÍLSON DE LIMA GARÓFALO, vice-presidente de Corecon-SP.
“O Congresso Paulista de Economia foi feito para todos nós, Economistas, estudantes, professores e especialmente para a sociedade paulista que vai absorver todo esse conteúdo e usar para melhor desenvolver o estado, criar empregos, renda e riqueza”, afirmou o Presidente.
Waldir destacou que “40% dos participantes inscritos eram estudantes de Economia, um dado que demonstra a presença e o interesse na nova geração da nossa categoria”.
Gilson agradeceu a todos e enfatizou que os conhecimentos compartilhados no Congresso não ficam apenas em São Paulo, extrapolando todos os estados, alcançando todo o Brasil.
Confira abaixo um resumo dos principais objetivos e reflexões levantadas em cada apresentação:
PRIMEIRO DIA
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA PÓS-PANDEMIA”
Palestra de Otaviano Canuto com mediação de Luis Paulo Rosenberg
“Produtividade não é tudo, mas é quase tudo. Sem elevar de maneira sustentável nossa produtividade, o Brasil não vai crescer”, diz o palestrante Otaviano Canuto.
A palestra abordou pontos, como: 1) a atividade econômica se manteve robusta no segundo semestre; 2) o mercado de trabalho se mostrou mais sólido; 3)uma grande surpresa foi o Setor de Serviços que teve crescimento acima da média; 4) inflação.
O palestrante destacou que a taxa de desemprego está em 9,1% e que a Conjuntura Econômica ainda não tem expressividade, mas não o pior cenário, pois o desafio fiscal permanece apesar do superavit primário. O superavit aumentou para 2,5% do PIB. Mas o crescimento do PIB brasileiro ainda segue numa taxa muito baixa.
Otaviano diz que a pandemia trouxe uma perda definitiva, sendo as principais ‘cicatrizes’ o PIB não recuperado; o aumento na dívida pública; e os impactos sobre a educação.
Ele conclui dizendo que o Brasil possui uma ‘anemia econômica’, ou seja, uma incapacidade de elevar a produtividade, que é a doença da Economia brasileira.
“As famílias estão no nível de endividamento recorde na história e isso vem atingindo pequenas e médias empresas. Precisamos melhorar tudo o que acontece, precisamos de uma reforma tributária que simplifique,” complementa Luis Paulo.
TEMA “SETOR AGROPECUÁRIO NO PÓS-PANDEMIA
Palestra de Cesar Roberto Leite da Silva e José Paulo Cunha, com a mediação de Pedro Afonso Gomes
A palestra inicia com apresentação do índice de elevação dos preços de alimentos e bebidas, mostrando que foram os setores que mais subiram, afetando a população mais pobre.
Abaixo seguem alguns exemplos da evolução dos preços que tem importância no abastecimento:
Arroz - a partir de 2019 o preço aumentou bastante e a partir de 2016 o estoque regulador foi reduzido praticamente a zero.
Feijões – nos anos de 2017/2018 o preço subiu bastante e em 2016 foi o último estoque registrado
Milho - a partir de 2017 já havia reduzido bastante o estoque. Recentemente, houve aquisição por parte do governo, fazendo com que terminássemos julho de 2022 com toneladas.
Boi gordo - Um produto que o governo não tem responsabilidade de ter estoque, por se tratar de ‘bicho vivo’.
Segundo os especialistas, nos últimos 40 anos o Brasil saiu da condição de importador de alimentos para se tornar um grande provedor no mundo, mas não migrou de importador a exportador à toa, houve um ganho de produtividade. Um exemplo disso é que, em 2020, o serviço gerado no agro, representa 27% do PIB brasileiro, ou seja, é muito importante para o Brasil.
O PIB brasileiro em 2020, na pandemia, teve uma queda bastante expressiva. Porém falando do pós-pandemia, o PIB do Brasil cresceu 4,6%. No agronegócio foi ao contrário, teve uma queda.
Os palestrantes concluem dizendo que São Paulo possui o maior e mais diversificado mercado de Economia Verde do Brasil e foi pioneiro ao incorporar o tema Economia Verde em sua agenda política.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DO ABC”
Palestra de Ana Patrícia Morales Vilha, com mediação de Antonio Fernando Alves
Os especialistas iniciam dizendo que o ABC Paulista conta com 24 mil indústrias, o que representa 26% dos empregos da região. O principal setor da região é o Metal Mecânico, ancorado em montadoras, produção de peças e setor petroquímico.
As cadeias produtivas menores abordam o setor de Cosmética, Farmacêutica, Plástico, Borracha, Setor Moveleiro, Siderúrgico e TI.
Essa região passou por um processo econômico de fragilidades nos anos 90, pois empresas multinacionais foram instaladas sem exigências estratégicas.
Ainda nos anos 90, essa região teve a desconcentração industrial, o encerramento de parques industriais. Já em 2010 ocorre uma retração econômica, na qual o ABC se encontra na dependência de importação de insumos.
A palestrante Ana Patrícia recomenda a região repensar e fortalecer os arranjos produtivos locais, com foco em empresas de pequeno e médio porte. Recomenda também a atração de novos setores e novos investidores, como Manufatura avançada, Nanotecnologia, Biotecnologia, Saúde, etc.
Professora Ana termina falando sobre reconversão industrial, que é a capacidade de reação e adaptação de empresas diante das incertezas econômicas. Por exemplo, Lupo produzindo máscaras, Ambev produzindo álcool gel, Mercedez Benz produzindo respiradores de baixo custo, Toyota e Honda com a manutenção de respiradores, empresas do setor químico produzindo álcool.
TEMA “SUSTENTABILIDADE E COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
Palestra de Anita Kon e Mario Hirose, com mediação de Marcel Solimeo
A palestra inicia dando enfoque nos itens gastos em educação, que aparecem numa ordem mundial muito alta, cerca de décimo lugar. Mas Anita complementa que, muitas vezes, pode haver os gastos, porém não a sua aplicação.
Mario Hirose diz que as novas gerações, os novos consumidores já estão decidindo as compras nesses novos mercados, pois é uma nova geração que está preocupada com as questões ambientais e sociais.
Os palestrantes destacam que, nesse ano de 2022, teremos um superávit de 100 milhões. Destacam também que o Brasil é um dos piores países em termos de competitividade e essa perda se dá principalmente por falta de políticas públicas.
Mario diz que investir em algo não é somente uma questão de gastos, e sim, de organização. As duas coisas precisam andar paralelamente.
Anita e Mario finalizam conversando com sobre a geopolítica mundial. Ambos dizem que está mudando e que o mundo se dividiu em dois blocos antagônicos, mas ao mesmo tempo, abre novas oportunidades para o Brasil participar de algum bloco ou até mesmo de ambos.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE SOROCABA
Palestra de Renato Vaz Garcia, com mediação de Thiago Carbonari
Sorocaba é uma cidade urbana com localização privilegiada, embora o principal motor econômico seja o Setor Agrícola. Possui “sensibilidade econômica": se o estado sobe, a região sobe ainda mais, mas o mesmo acontece nas quedas econômicas.
Seu principal parceiro econômico é a Argentina que, segundo o palestrante, recebe cerca de 50% da produção sorocabana.
A região metropolitana de Sorocaba possui 27 cidades e seus principais setores são a Agropecuária, Indústria e Serviços. A raiz da industrialização dessa região é a indústria têxtil, graças inicialmente ao algodão.
As principais indústrias nessa região são o metal-mecânica, equipamentos de informática e eletrônicos, máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, veículos. Após 2012 a indústria automobilística se desenvolve melhor, com a chegada da Toyota.
A palestrante finaliza mostrando os desafios de Sorocaba, que são pirâmide etária formando “barril”; a necessidade de incrementar a produtividade e incorporar capital humano e físico.
TEMA “DESENVOLVIMENTO E SAÚDE”
Palestrante José Eduardo Cassiolato e Carlos Gadelha, com mediação de Rodrigo Mariano
Os palestrantes dizem que cerca de 7 países dominam esse mercado global de desenvolvimento e saúde. E que a forma como o Economista vê esse desenvolvimento precisa ser superada.
Segundo eles, o Brasil, talvez pressionado de forma brutal pelo neoliberalismo, é o país que se concentra em políticas mais liberais. Lembrando sempre que não dá para separar Economia de Política.
No âmbito da saúde, os palestrantes dizem que saúde não é ausência de doença, e sim, qualidade de vida.
E na conclusão da palestra foi mostrado que o Brasil, hoje, está entre os 10 de produtores de vacina, do mundo.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE BAURU”
Palestra de Diogo Pereira, com mediação de Salete Lara
O crescimento populacional de Bauru conta com mais de um milhão de habitantes, sendo mais de 90% da população urbanizada, desde os anos 2000. Essa região mostra um envelhecimento populacional e conta com mais mulheres do que homens.
O grande foco de Bauru é o Setor de Comércio e Serviços.
Segundo Diogo, a Economia poderia investir mais em indústria, pois tem grande potencial. Nos últimos 40 anos, teve um aumento muito lento, gerando quase uma estagnação.
O ponto forte de Bauru é o setor de Serviços. Devido à grande crise da pandemia, o PIB em 2020 na região de Bauru apresentou queda.
“Estamos torcendo para que Bauru retorne ao nível de antes da pandemia”, conclui Salete Lara.
TEMA “CRIPTOMOEDAS”
Palestra de Welinton dos Santos e Dayane Morais Garcia, com mediação de Waldir Pereira Gomes
O palestrante Welinton inicia o tema explicando sobre a Criptomoeda, que é um código fonte digital com valor monetário, passando por um processo de transformação. E faz um adendo "toda criptomoeda é um criptoativo, mas nem todo criptoativo é uma criptomoeda".
No Brasil, criptomoedas são consideradas bens, tendo que ser declaradas em imposto de renda.
Atualmente são mais de 20 mil criptomoedas existentes, negociadas em bolsas de cripto pelo mundo.
Abaixo segue definições de algumas palavras usadas nesse mercado:
cbdcs: moedas digitais
stablecoins: moeda estável, lastreada a alguma outra moeda (como ouro ou dólar)
gamefi: games que pagam em dinheiro
Defi: investimentos descentralizados
exchange: casas de câmbio que trabalham com criptomoedas
Funtokens: criptoativos
NFT: Token não fungível, por exemplo: uma obra digital extremamente rara ou única, com código registrado
Ativos alternativos são investimentos fora do mercado de renda fixa, fundos ou ações de empresas. Eles apresentam maior potencial de retorno, volatilidade e liquidez. As principais características do investidor são diversificação da carteira, costume com volatilidade, desejo de alocar seus recursos em longo prazo e entre outros.
Um conselho que os dois palestrantes deram é "razão VS emoção". Evitar cair no efeito manada, jamais investir toda a sua renda em um único tipo de investimento, mesmo cripto.
Na conclusão da palestra, Dayane diz para estudarem o mercado, pois ainda irá evoluir. E Welinton diz que o mundo digital está se transformando no real e a tecnologia abrange recursos econômicos.
"O dinheiro que você tem no banco já está numa blockchain. A tecnologia não pede licença, ela vem atropelando. Isso é o futuro: assinatura digital, aplicações digitais, cartório digital…”.
Ambos dizem que esse mundo de critpativos e criptomoedas vieram para ficar.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO”
Palestra de Luciano Nakabashi, com mediação de Júlio César do Val
Ribeirão Preto, de acordo com Luciano, teve um aumento muito lento nos últimos 40 anos, ficando quase estagnado. Em 2022, apresentou um crescimento perto de 2%, o que é muito pouco para a Economia brasileira, afetando o Estado de São Paulo.
O palestrante Luciano diz que precisamos de uma reforma tributária, para reduzir a complexidade, até mesmo para as empresas e para alocar menos recursos.
Ribeirão Preto tem um Setor de Serviço que representa mais de 70% do município e que, em 2022, veio sendo retomado de forma significativa. A cidade também é polo de saúde, educação, lazer, principalmente, eventos.
Luciano conclui que isso é uma retomada bastante importante para a Economia da região.
TEMA “RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA”
Palestra de Antonio Prado e Ladislau Dowbor, com mediação Sérgio Mendonça
“O Brasil é um país rico, o problema é resgatar as rédeas”, dizem os palestrantes. “Nosso problema não é falta de recurso, e sim, a falta de organização, principalmente política”.
Os palestrantes afirmam que São Paulo e, até mesmo o Brasil, estão entrando em outro modo de produção, um sistema que controla o sistema financeiro.
Professor Ladislau Dowbor diz que a privatização é uma desnacionalização. Segundo ele, americanos continuam imprimindo muito dólar e a inflação não aumenta, porque a circulação é enorme no mundo todo.
Antonio Prado finaliza citando os desafios enfrentados para resgatar a Economia e falando sobre a desigualdade que, segundo ele, é o nosso desafio estrutural.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS”
Palestra de Wiliam Retamiro, com mediação de Odilson Braz
Wiliam começa apresentando o índice populacional de São José dos Campos, no qual as mulheres são em maior quantidade na região. Mostra-se também que esse município concentra 27% da população regional.
A Rodovia Presidente Dutra é o principal eixo que corta o Vale do Paraíba, um eixo importante economicamente porque tudo passa pela Rodovia.
São José dos Campos apresenta uma participação relevante na balança de exportação.
O palestrante explica que, quando se trata de comércio exterior, falamos também de comércio de produto.
Wiliam conclui explicando sobre como a RA-SJC (Região Administrativa de São José dos Campos) é fundamental para a Economia Estadual e Nacional.
TEMA “O PACTO GLOBAL: A AGENDA 2030 E O CONCEITO ESG”
Palestra de Rodolfo Nardez Sirol, com mediação de Nancy Gorgulho Braga
Na agenda de discussão global existem por volta de 166 metas até 2030, como por exemplo, salário igual para as mulheres, trabalho digno, erradicação da pobreza e entre outros. Estima-se mais de 14 trilhões na Economia global até 2030, o que representa muito desenvolvimento para todos.
De acordo com o especialista, com as novas gerações e a população num geral se preocupando com sustentabilidade e assuntos relacionados ao meio ambiente, o ESG tem ganhado grande visibilidade. A sustentabilidade está gerando empregos, aumentando essa cadeia e até mesmo o PIB.
"Quem não é ESG hoje, ou será ou não estará mais no mercado", conclui Rodolfo.
SEGUNDO DIA
“SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO EM ECONOMIA”
Palestra de Gabriel Porcile, Fernando Nogueira da Costa, Paulo Sérgio Fracalanza e Rafael Olivieri Neto, com mediação Júlio Pires e José Marcos de Campos
A palestra traz informações de que a profissão de Economista está diminuindo em todo o país, porém não é das profissões mais ameaçadas. Em porcentagem, o risco de a profissão desaparecer é de 43%.
O ensino no Brasil, principalmente Economia, caiu muito e essa decadência começou em meados dos anos 90. Se pensarmos em números de pessoas formadas, o Brasil só supera a África do Sul, ou seja, não é uma boa taxa, segundo os palestrantes.
Fernando diz que é importante ir na direção do pluralismo, dosando os conhecimentos das Ciências Econômicas. "O Economista precisa ser inovador, aproveitar as oportunidades e crer também que é uma figura essencial para as resoluções dessas crises ambientais, sociais, políticas e entre outras".
No cenário pós-pandemia, os palestrantes abordaram que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente, precisando de pessoas habilidosas e competentes.
TEMA “A IMPORTÂNCIA DO SETOR FILANTRÓPICO NO BRASIL
Palestra de Custódio Pereira e Camila Feldberg, com mediação de Gil Marcos Clarindo dos Santos
Camila apontou que a maioria das pessoas diz que a educação é como um dever do Estado, mas ela deixa claro que também é um dever da família e de toda a sociedade.
Ainda no âmbito da educação, a palestrante mostra o nível de desigualdade que é espantoso. As crianças de família de alta renda, ao final do 9º ano, recebem 7.124 horas a mais de aprendizagem, comparadas com as crianças de baixa renda, estudantes de escola pública.
"Se não houver educação, nós não tornaremos o Brasil em um país produtivo".
Instituições filantrópicas são parceiras do Estado, mas às vezes o próprio Estado tem dificuldade de entender a necessidade e funcionalidade desse setor. É um setor muito importante, atendendo quase 90% da população brasileira, mesmo não sendo tão conhecido.
Às vezes muitas instituições sofrem com falta de investimentos, dificultando, assim, a divulgação dos seus trabalhos.
As instituições filantrópicas representam 40% das entidades de assistência social no Brasil e quanto maior o nível de carência, mais elegível é a pessoa ser atendida nesse Setor Filantrópico. Ao todo, são 300 instituições filantrópicas no ensino superior.
TEMA "ECONOMIA PAULISTA PÓS-PANDEMIA"
Palestra de Felipe Salto, com mediação de Haroldo Silva
Palestrante diz que os conselhos cumprem um papel importantíssimo de Organização de Classe e que o papel dos Economistas é fundamental para o desenvolvimento econômico.
O palestrante Felipe diz que o Brasil tem um potencial enorme. “Em São Paulo temos um dos melhores biênios no quesito de investimento público”.
Ele diz que, a partir do ano que vem, o Brasil pode avançar numa Reforma Tributária e que o menor nível de endividamento do estado de São Paulo da história é de 115%.
O palestrante conta que já são 9 mil empregos nas malhas ferroviárias e que já são 200 milhões nas duas primeiras rodadas do Reforço ao programa proativo.
“O Brasil está sem rumo. É preciso voltar ao planejamento”.
TEMA “Mercado financeiro no pós-pandemia”
Palestra de Luiz Barsi Filho e André Paiva, com mediação de José Paulo Cunha
"A pandemia do Covid-19 refletiu negativamente nos mercados, porém nesse cenário pós-pandemia, o mercado progressivamente volta a se recompor. As coisas vão se ajustando”, diz Luiz Barsi.
Focar no desenvolvimento da Ciência Econômica, na expansão no fundo de capitais, na sofisticação dos mercados e no comportamento dos profissionais do cenário econômico são algumas dicas para serem estudadas.
O Mercado financeiro é essencial para a Economia, para o desenvolvimento econômico, mas também existe uma pressão muito grande entorno disso, principalmente porque as pessoas acreditam existir um 'receituário econômico', segundo os especialistas.
Num período de crise, como o da pandemia, o Estado e suas instituições são aclamados, como as únicas que tem condições de conter e reverter o processo de deterioração econômica.
O Brasil é um país extremamente desigual, por isso é importante estruturar políticas econômicas e sociais.
Juros médio para pessoa física, hoje, está 50% o ano
Juros médio para pessoa jurídica, hoje, está 40% o ano
“É preciso repensar a política econômica e que a base tributária do país seja menos intensa e corrosiva do que é”, conclui o palestrante André.
Luiz Barsi diz que a falta de emprego é resultante da automação, da mecanização.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE CAMPINAS”
Palestra de Nancy Gorgulho Braga, com mediação de Antonio Roberto Fernandes
Campinas tem foco em todos os segmentos da indústria, juntamente com São Paulo. É uma das únicas regiões do Brasil com esse enfoque.
A região de Campinas conta com 45 universidades e o aeroporto de Campinas é considerado o melhor do Estado.
Palestrantes falaram sobre representatividade relativa e abertura de empresas na cidade.
TEMA “COMÉRCIO E SERVIÇOS: RETOMADA PÓS-PANDEMIA E DESAFIOS NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS’
Palestra de Carlos Eduardo Jr. e Fernanda Della Rosa, com mediação de Odilon Guedes
No cenário pós-pandemia há uma melhora crescente e muitos serviços foram gerados. São Paulo vem retomando e ajudando o progresso do país.
O setor de Serviços é destaque no PIB, comparado ao ano de 2021 e o deste último trimestre teve aumento de 4%. Esse setor representa 70% do PIB.
O Comércio está sempre a reboque do comportamento do consumidor, por isso que assim como o Serviço, o Comércio é o primeiro ponto a sentir a crise.
Nesse ano de 2022, especialistas dizem que tivemos um recorde de endividamento, sendo a renda um dos principais motivos de não deixar o Comércio deslanchar no pós-pandemia
E-commerce foi uma revelação ‘bombástica’, tornando a inteligência de dados e mercados, fundamental.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO E ARAÇATUBA”
Palestra de Vicente de Paula Oliveira, com mediação de Elso Siqueira
São José do Rio preto é um dos mais importantes polos industriais, culturais e serviços do interior do Estado. A região conta com 96 municípios.
Araçatuba, em termos econômicos e processo de desenvolvimento, passou por vários ciclos e, hoje em dia, passa pelo ciclo da pecuária. A região conta com 43 municípios.
São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos são os maiores em quesito populacional, respectivamente.
Araçatuba tem destaque no Setor Pecuário e o Sucroalcooleiro.
O ano de 2020, por conta da pandemia, não foi um ano bom para a Economia brasileira.
“Precisamos reativar a Economia e os serviços, começando pela industrialização”, diz Vicente.
O Brasil e o Estado de São Paulo padecem das coisas que acontecem no mundo, são os reflexos.
TEMA “READENSAMENTO PRODUTIVO NO BRASIL: A HORA É AGORA?”
Palestra de Antonio Corrêa de Lacerda e Cristina Fróes de Borja Reis, com mediação de Ricardo Gennari
Ambos iniciam a palestra dizendo que a hora é agora “sim”. “Já passou da hora, mas ainda há tempo”.
Eles dizem que o Brasil se desindustrializou muito precocemente e, desde então, vem vivendo desindustrialização crônica. Empregos e exportações caindo fortemente. O Brasil poderia ser muito forte industrialmente.
A desindustrialização é um fenômeno internacional, mas mais intenso do que deveria no Brasil. O gráfico do IEDE mostra a queda no Brasil muito mais acentuado que no resto do mundo.
A reindustrialização do Brasil é um processo possível, mas não automático.
Eles lamentam que o readensamento não tenha acontecido ainda, mas sempre é hora.
O que é preciso fazer, de acordo com a palestrante Cristina, é entender as relações de tecnologias, compras e vendas.
Um estudo recente investigou 230 classes industriais no Brasil e a maioria está cada vez mais dependente de importações.
Eles afirmam que nossos impulsos de emprego estão indo para o exterior e que a hora é agora, fugindo da industrialização a qualquer custo, buscando uma industrialização que possibilite desenvolvimento popular, eleve as bases sociais com inclusão e zele pelo meio ambiente, diminuindo disparidades sociais, de raça e de gênero.
“Precisamos nos unir enquanto sociedade, embora soe utópico. Se cada um não ceder um pouco, não avançaremos. Essa é a opção racional”, diz Cristina.
TEMA “O PAPEL DO ECONOMISTA NO ORÇAMENTO E NO PLANEJAMENTO MUNICIPAL”
Palestra de Odilon Guedes com mediação de Arnaldo Rizzi
O Estado brasileiro tem um papel fundamental na sociedade e o planejamento é decisivo para o município.
Leis Básicas: plano plurianual (4 anos, sendo, 3 anos do Governo que assumiu e um ano para o próximo) com todos os gastos planejados para o governo.
Lei de Diretriz Orçamentária: precisa ser aprovada no primeiro semestre (anual) com todas as prioridades anuais do governo
Lei Orçamentária Anual: todas as despesas do governo.
O professor ressalta que qualquer cidadão pode acompanhar os gastos públicos e o que mais está próximo dos cidadãos é o poder municipal.
“85% dos brasileiros em ensino superior estudaram em escolas públicas, a maioria dos brasileiros não têm plano de saúde, a segurança do Brasil é fundamentalmente pública”, diz Odilon Guedes
Segundo o especialista, “ partir da ascensão do neoliberalismo surgiu a teoria de que o Estado só atrapalha e isso não é verdade. Se o estado resolvesse tudo, não haveria a crise de 2008”.
Há um mercado de trabalho nessa área, mas para isso os Economistas precisam compreender o orçamento público. Enquanto professores, também precisam formar Economistas que saibam lidar com esse orçamento público.
As Câmaras precisam ter Economistas para fiscalizar os orçamentos e isso pode ser explorado pelos novos profissionais
Odilon diz que os municípios são obrigados a fornecer esses dados aos cidadãos, cabe a nós enquanto Economistas traduzir esses dados para a população.
TEMA “INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE NO AGRONEGÓCIO”
Palestra de José Eustáquio Vieira e José Roberto Cunha Jr, com mediação de Ricardo Martins
Os Economistas foram sempre incentivados a ver a agricultura como um ‘inimigo’ do desenvolvimento e isso é um erro, dizem os palestrantes.
O Brasil tem uma agro inflação maior que a do resto do mundo, pressionada por choques adversos. Esses choques adversos são problemas climáticos, escassez de insumos da China, aumento de gastos públicos, guerra na Ucrânia, etc.
O número de pessoas com desnutrição tem aumentado no mundo, puxado pela África Oriente Médio e parte da América latina.
Conceito poupa-floresta: foco em menos desmatamento e menos fome.
Matriz energética: o Brasil tem maior participação no consumo de energia limpa, os biocombustíveis são potenciais no Brasil.
Brasil tem liderado a produção sustentável de alimentos. Há um espaço enorme para que os Economistas atuem no agronegócio.
As inovações do Agronegócio são plantio com agroecologia, tratores controlados à distância por satélite, softwares de gestão agrícola e drones para geração de mapas de controle de pragas.
"O Setor Agro tem tido tanta inovação que chega ser difícil acompanhar tudo, dizem.
Minicromossomos - engenharia genética, genes inoculados de sementes com atributos nutritivos que não teriam naturalmente. Ao invés de mudar a genética da planta, adicionam elementos úteis, por exemplo, adicionar ferro nos grãos de uma região onde as pessoas sofrem com deficiência de ferro.
Agricultura 4.0 - após a revolução verde liderada pela Índia e a utilização de GPS que representou a agricultura 3.0, a agricultura 4.0 é a agricultura digital, a internet das coisas aplicada ao agro.
Palestrantes dizem que o Brasil deve procurar parcerias na África, levando contribuição tecnologia e social, além de conseguir mercados mais competitivos, como o da Ásia.
Afirmam ainda que o racionamento de água é essencial, além da proteção das nascentes. E que é preciso permitir a expansão da agricultura através de mecanismos tecnológicos, focando na produtividade do pequeno produtor.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE SANTOS”
Palestra de Sérgio Roberto Rodrigues, com mediação de Waldir Pereira Gomes
Baixada Santista: 9 cidades juntamente com as cidades da região administrativa de Registro.
Sérgio diz que a região de Santos é vulnerável por conta de seus índices. A região conta com cidades que possuem riqueza, mas seguem com altos índices de pobreza.
Um dos cinco maiores viveiros de espécies do planeta fica na região de Cananéia, com uma extensa faixa de Mata Atlântica (região de Registro).
É preciso desenvolver o turismo na região, buscando qualidade de vida e geração de riqueza sustentável a essa região.
Palestrante fala sobre o Porto de Santos que está a caminho de dobrar sua capacidade de exportação, porém com impacto ambiental. É o primeiro porto do Brasil, mas faltam pesquisas e mão de obra qualificada para a região do Porto.
Referente ao Polo industrial de Cubatão, ele explica que há um controle ambiental rígido, buscando acabar com a imagem de “vale da morte” do passado.
Sérgio comenta que Santos tem um rico patrimônio histórico e fala sobre a recuperação rápida após a pandemia.
TEMA “CONJUNTURA ECONÔMICA DA REGIÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE”
Palestra com Ricardo Firetti e mediação de Adriano Machado.
A Região faz divisa com Paraná, com 53 municípios, cortada pela rodovia Raposo Tavares, num entroncamento entre a região sudeste e sul.
Presidente Prudente tem bons índices sociais e de geração de riqueza.
Emprego na região - mais de 190 mil empregos formais em 2021.
PIB: 25.2 bilhões.
Principais produtos: carne, grãos, ovos, leite, mandioca, batata doce, amendoim.
Trata-se de uma região com potencial para investimento privado em mais ferrovias, valor de terra mais baixo, o que torna uma região interessante para empresas.
Encerramento
Ao final do evento foi apresentada a A CARTA DE SÃO PAULO, produzida pelo Corecon-SP.
Trata-se de um documento que traz reflexões sobre o atual momento econômico, propostas com base nos principais assuntos que foram discutidos ao longo do Congresso Paulista de Economia 2022.
O objetivo da CARTA é sensibilizar e mobilizar a todos os economistas e profissionais que atuam em áreas ligadas à Economia, sobre as necessidades, os desafios e as ações que devem ser realizadas em prol de uma nova agenda para a economia paulista e para o País.
Leia a carta na íntegra!
“Caminante, no hay camino, se hace camino al andar."
Poeta espanhol António Machado
Numa feliz coincidência histórica, logo após as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, nos dias 8 e 9 de setembro de 2022, realizou-se de forma virtual em São Paulo, o Congresso Paulista de Economia, uma iniciativa conjunta do Conselho Regional de Economia de São Paulo e do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo.
O evento contou com a participação de 41 palestrantes de diversas correntes de pensamento econômico e mais de 1.100 congressistas, entre economistas, estudantes de economia e de áreas afins e interessados, tanto do próprio Estado de São Paulo, como de outras unidades da federação e até mesmo do exterior.
Sob o grande tema “Perspectivas para a Economia Paulista Pós-pandemia”, aconteceram palestras e mesas redondas sobre relevantes problemas como macroeconomia, finanças públicas, distribuição de renda, agropecuária, indústria, comércio/serviços/turismo e aspectos peculiares às diversas regiões do torrão bandeirante, reconhecidamente, em muitos aspectos, como a máquina propulsora da riqueza nacional.
Clamou-se pelo desenvolvimento igualitário de todo Estado de São Paulo, realçados pontos como a grande volatilidade do preço das commodities, especialmente diante das questões geopolíticas recentes, apertos monetários (via elevação de taxa de juros), medidas tributárias como redução de impostos com objetivos de controlar a inflação, elevação de auxílios, fatores que podem levar à resposta do Banco Central, via extensão do aperto monetário e período de juros elevados.
Da mesma forma, houve manifesta preocupação com os aspectos sociais, como aumento da pobreza e da desigualdade, endividamento das famílias e das pequenas e médias empresas, consequência da corrosão do poder de compra, a concentração bancária, questões pertinentes a infraestrutura, falta explícita de marco regulatório/legal - fatores inibidores de investimentos.
Diante do rescaldo da pandemia, a economia da saúde atrelada a questões fitossanitárias também esteve no rol das considerações como elemento dinamizador do desenvolvimento e da inclusão social. A esse contexto soma-se o desafio da falta de harmonia entre os poderes políticos constituídos da nação brasileira.
Certamente, além desses pontos, foi reconhecido como necessário o estímulo aos investimentos públicos e às parcerias público-privadas, de modo a permitir, no médio prazo, maiores ganhos de produtividade e a continuidade da retomada do crescimento com estabilidade.
As reformas econômicas devem buscar a modernização e o aprimoramento das instituições de ensino, além da elevação dos níveis de escolaridade, propiciando um ambiente favorável ao desenvolvimento socioeconômico.
O Brasil tem enormes potenciais na área ambiental. A sustentabilidade e a celeridade do crescimento requerem que o país volte a elevar continuamente a produtividade, o que depende da incorporação de tecnologia e inovações, atreladas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Para tanto, são necessárias políticas que as promovam, assegurando financiamentos, condicionados ao cumprimento de metas, incentivos e articulação dos atores envolvidos, abrangendo o sistema educacional, de pesquisa e produtivo.
Seja como for, neste Congresso Paulista de Economia, foi voz corrente de que a recuperação de um crescimento robusto e inclusivo é urgente.
Está mais do que na hora de se construir consensos em torno de uma nova agenda para a economia paulista e para o País.
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